Turistando pelo Brasil: Passeio em Ouro Preto/MG
Você tem o hábito de turistar pelo seu estado ou cidade natal? Confesso que nunca dei muita bola para Minas Gerais, achava que “não tinha nada para fazer”.
Tudo mudou quando fui morar em Hong Kong e vinha passar férias no Brasil. A primeira coisa que encheu meus olhos (e a barriga) sem dúvida foi a comida mineira. Considero que me adaptei bem a comida asiática (veja minha experiência com a cozinha asiática aqui) .
Mas, devo dizer, nada por lá se compara a um feijão tropeiro, churrasquinho ou a nossa famosa comida de boteco.
Depois que voltamos a morar no Brasil, outra coisa que muito me chamou a atenção foram as inúmeras possibilidades de passeios.
Lá em Hong Kong pudemos viajar bastante, mas eram por períodos mais longos como férias e feriados.
Por aqui, a realidade é outra, temos muitas opções de turismo rápido, como visitar uma cidade vizinha em um final de semana ou somente passar o dia.
Além do lazer, um ponto que eu não tinha atentado e só observei em nosso primeiro passeio é que, minhas crianças conhecem muito pouco da geografia e da história do Brasil.
Então, além do passeio eles poderiam aprender e se familiarizar mais com nossa cultura, história e natureza.
Portanto, te convido a participar e desbravar com a gente um pouco das belezas e histórias do nosso lindo Brasil.
Mineira que sou, te convido a passar um “cafezin”, assar um “paozin” de queijo e a conhecer nosso primeiro destino, uma cidade histórica cheia de charme e mistério, Ouro Preto/MG.
Sobre a viagem: De Beagá a Ouro Preto
São aproximadamente duas horas de viagem de Belo Horizonte até o centro de Ouro Preto. A estrada é bem tranquila e a paisagem de encher os olhos.
Como levamos nosso cachorro precisamos fazer uma parada para ele fazer xixi. Se não fosse por ele, daria para ir direto sem problemas.
Desta vez fomos já com a programação para ir e voltar no mesmo dia. E vou dizer, deu para conhecer muita coisa.
Dica: Sempre que viajamos gostamos de buscar um guia local que além de indicar os melhores passeios também traz explicações muito relevantes sobre os lugares que visitamos.
Primeira parada: Igreja São Francisco de Assis
Antes mesmo de entrar na igreja anda o lado de fora, é possível perceber um energia diferente. Não sei se vinha dos pintores e artesãos expondo seus trabalhos ao som de música clássica ou da paz que aquele lugar emana.
A igreja de São Francisco teve a construção iniciada em 1766, pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
O projeto da entrada da igreja foi esculpido nem pedra sabão é de ninguém menos que Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho.
No teto da nave central pinturas do mestre Manuel da Costa Ataíde, representando a glorificação de Nossa Senhora.
As crianças ficaram encantadas com a riqueza de detalhes do teto da igreja e se emocionaram quando o guia contou a história de Aleijadinho. Para eles foi tudo novidade.
Quando entramos na igreja, o guia ficou com o Captain, nosso cachorro, que é obviamente não poderia entrar.
O valor da entrada é R$ 10,00 e crianças, estudantes e idosos pagam meia entrada.
Segunda parada: Casa de Gonzaga
Quase em frente a igreja de São Francisco de Assis, vemos um casarão repleto de janelas e sacadas. Este lugar foi residência de Tomás Antônio Gonzaga quando este exerceu o cargo de ouvidor-geral, de 1782 a 1788.
De suas sacadas no segundo andar pode-se avistar a casa de Marília de Dirceu, onde o inconfidente de longe, contemplava sua amada.
A casa de Gonzaga era um dos locais onde os inconfidentes se reuniam e planejavam a separação de Minas Gerais da Coroa Portuguesa e a criação de uma república.
O casarão atualmente é sede da Secretaria Municipal de Turismo, Industria e Comércio de Ouro Preto.
A entrada é gratuita e pudemos entrar com o Captain.
Terceira parada: Minas do Palácio Velho
Sem sombra de dúvidas esse foi o passeio predileto das crianças.
Essa não é a única mina aberta a visitação na cidade de Ouro Preto. Porém, como estávamos com o tempo contado, o guia nos sugeriu esta uma vez que é a mais próxima do centro e o acesso era muito fácil. Fomos caminhando.
Há uma taxa de visitação de R$30,00 por pessoa e crianças e estudantes pagam meia entrada. Desta vez nosso guia particular ficou com nosso pet do lado de fora da mina, não é permitida a entrada de animais.
Logo após passarmos pela entrada, recebemos um capacete de segurança, achei essa medida bem interessante e no decorrer do passeio entendi não era um exagero rsrs
Antes de adentramos na mina, um guia do estabelecimento conta um pouco da história do lugar, mostra alguns objetos utilizados na escavação e dá uma aula de história abordando assuntos difíceis como escravidão, exploração, roubos e nos contextualiza sobre a atmosfera da cidade naquela época.
A exploração das minas do Palácio Velho ocorreu em meados do século XVIII. Mas para visitação turística está aberta há três anos.
Pudemos visitar galerias subterrâneas, entender um pouco sobre as rochas e minerais encontrados por lá, ouvir mais sobre as condições de trabalho e perceber a genialidade dos engenheiros do passado.
Ao entrar no interior da mina me senti no século XVIII e entendi o por que da fama de mal assombrada da cidade. Perceber que muitas pessoas perderam sua saúde e até a vida naquele lugar foi (para dizer o mínimo) de arrepiar.
Pudemos observar alguns minerais ainda incrustados na rocha, cachoeiras subterrâneas e um visual impressionante.
O passeio tem em torno de 40 minutos e deixa com gosto de quero mais.
Para maiores informações https://minasdopalaciovelho.com/
Quarta parada: Casa de Aleijadinho
Já estávamos cansados e com as pernas doendo de tanto caminhar, juntamos o restinho de nossas energias e seguimos até a famosa “Casa de Aleijadinho”.
Num primeiro momento tive a impressão de que seria um passeio sem graça, mas estava enganada.
Há uma visitação guiada onde é contada a história do imóvel, das gerações de moradores e sobre a atual moradora (sim, a casa é uma residência que a dona abre para visitação diariamente com entrada gratuita).
Conhecer os cômodos, ver a mobília e artigos originais é como entrar numa máquina do tempo. Foi uma experiência incrível que me emocionou demais.
Ao final da visita somos convidados a uma degustação de cachaças especiais. Para maiores informações acesse o site https://www.cachacasafrabarroca.com.br/
Já no final do dia estávamos exaustos e felizes com tantas belezas que tivemos a oportunidade de ver das experiências que essa pequena viagem nos proporcionou.
Gostamos demais de fazer esse tipo de passeio, principalmente com as crianças! É lindo de ver a enxurrada de perguntas e eles compreendendo a maneira deles um pouco a história do nosso país.
Fiquem ligados aqui para saber dos próximos passeios e novidades!
Um Beijo!