Desafio de mãe expatriada: atravessando o mundo com os filhos
Atravessando o mundo com duas crianças
Depois de quase três anos sem voltar para o Brasil, decidimos passar as férias de verão das crianças por lá. Aqui em Hong Kong, como quase em todos os países do hemisfério norte, o maior período de férias é no meio do ano, de julho a setembro.
Meu marido e eu combinamos que eu iria primeiro com as crianças e ele nos encontraria lá duas semanas depois. Meu trajeto de ida: Hong Kong, Tokyo, New Jersey, São Paulo e, finalmente, Belo Horizonte. Totalizando aproximadamente 28 horas de voo.
Confesso que o comportamento das crianças superou as minhas expectativas, foi super tranquilo. Claro que eles estavam ansiosos para rever a família e os amigos, mas como estavam no clima de férias foi tudo uma festa.
Montei para eles um kit viagem que ajudou bastante, coloquei em uma pequena mochila livros leves, um diário, lápis e caneta, e o videogame. Além disso, muda de roupa extra, casaquinho leve de frio e alguns lanchinhos.
De Hong Kong até São Paulo não tive qualquer problema. Tudo muito organizado, apesar da longa fila de espera na imigração dos Estados Unidos. Na verdade, esse foi o único inconveniente, ter de retirar as malas e fazer o re check-in por lá. Mas ainda assim, fui bem orientada pelos funcionários tanto do aeroporto quanto da companhia aérea em que viajei.
Quando desembarquei em São Paulo as surpresas começaram. Me encaminharam para um portão de embarque (para Belo Horizonte) errado, e só descobri que não estava no lugar certo depois de ficar na fila por quase meia hora. Percebi que as crianças também acharam tudo muito diferente, a falta de organização das coisas e a informalidade em todos e em tudo. Aqui na Ásia, as pessoas fazem questão de manter a formalidade, ao contrário do Brasil.
Embarcando para Belo Horizonte, mais inconvenientes, voo atrasado, me pediram, além do passaporte das crianças, a certidão de nascimento, (dica para as mamães que viajam sozinhas com as crianças, levem TODOS os documentos que puderem, é mais fácil apresentar uma certidão desnecessária para um funcionário mal treinado do que discutir com ele e perder o voo) e por fim mala extraviada.
Cheguei na minha casa em Belo Horizonte aliviada mas extremamente cansada. Feliz por ter dado conta de literalmente ter atravessado o mundo com minhas crianças, mas aprendi algumas coisas que vou tentar evitar nas próximas viagens deste porte.
Fazendo um balanço geral da viagem, foi uma experiência muito positiva, as crianças se divertiram e eu percebi que com planejamento é possível e viável viajar sozinha com as crianças.
A dica que eu dou para as mamães que vão encarar o desafio se resume em uma única palavra: ORGANIZAÇÃO!
Provavelmente a minha próxima viagem com eles será ainda mais tranquila do que essa. Mas agora já estou mais focada nas coisas que preciso ficar atenta.
Segue uma listinha que agora uso para as minhas viagens. Espero que seja útil para vocês!
– Prepare as malas com antecedência;
– Pesquise e leve TODOS os documentos possíveis que comprovem o seu parentesco com as crianças;
– Não se esqueça do cartão de vacina (para viagens internacionais não se esqueça de que tem de ser o cartão internacional);
– Se seu voo tiver conexão, se informe sobre o aeroporto antes (quantos terminais, se tem de pegar schuttle, metro ou se há algum percurso a pé);
– Evite excesso de bagagem;
– Leve carregadores do celular, tablet e outros eletrônicos;
– Levar pelo menos uma muda de roupas na bagagem de mão é essencial;
– Leve brinquedos, livros, qualquer coisa que possa distrair seu filho;
– Leve um lanchinho que ele goste;
– Não se esqueça dos lenços umedecidos e álcool em gel.