Tomar a Mãe: O Verdadeiro Presente de Dia das Mães

O Dia das Mães vai muito além de flores e homenagens. É uma oportunidade simbólica e profundamente transformadora de olharmos para a nossa história pessoal — especialmente para a relação com a nossa mãe. Na psicanálise e na Constelação Familiar, esse vínculo é visto como a base da nossa identidade, das nossas emoções e da maneira como nos posicionamos no mundo.
A Mãe como Fonte da Identidade
Segundo a psicanálise, é por meio da mãe (ou da função materna exercida por alguém que tenha esse papel) que o bebê aprende a se sentir seguro, amado e digno de existir. Freud, Winnicott e outros teóricos mostram que o relacionamento inicial com a mãe molda nosso senso de valor, nossa capacidade de confiar e até mesmo nossa forma de amar.
Se houve ausência, excesso, rejeição ou idealização, esses padrões podem se refletir na vida adulta em forma de carências afetivas, dificuldades de se relacionar ou problemas de autoestima. Por isso, olhar para a figura da mãe com consciência é um caminho essencial de cura.
O Arquétipo da Mãe: Luz e Sombra
A psicologia analítica de Carl Jung nos fala do arquétipo da mãe como um símbolo universal presente no inconsciente coletivo. Ele representa tanto a nutrição, o acolhimento e a criação, quanto a posse, o controle e a fusão. Ou seja: toda mãe é humana. Nenhuma mãe é perfeita. E toda filha ou filho amadurece quando aceita essa realidade.
O arquétipo da mãe vive em todos nós. Ele aparece quando cuidamos de alguém, quando acolhemos nossas emoções, quando sabemos nos nutrir internamente. Integrar essa energia é um ato de equilíbrio e autonomia.
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O Que Significa “Tomar a Mãe” na Constelação Familiar?
Na Constelação Familiar, Bert Hellinger nos ensina que só encontramos força verdadeira quando “tomamos” nossa mãe. Esse gesto simbólico significa aceitar profundamente a mãe como ela é — com suas falhas, ausências e também com o que ela nos deu de melhor: a vida.
“Tomar a mãe” é dizer interiormente:
“Você é minha mãe. Eu recebo de você a vida, como foi. E com isso, eu sigo.”
Esse movimento encerra julgamentos e queixas inconscientes. Nos liberta do papel de vítima e nos reposiciona como adultos capazes de honrar nossa origem e seguir em frente com leveza.
Quando Tomamos Nossa Mãe, Algo Muda Dentro
Ao aceitar a mãe, sem exigência de que ela tenha sido diferente, abrimos espaço para:
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Pertencer à vida com mais inteireza
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Desbloquear relacionamentos, saúde e prosperidade
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Parar de repetir padrões familiares inconscientes
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Assumir a força de viver com maturidade emocional
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Um Exercício de Reconexão no Dia das Mães
Encontre um momento de silêncio. Feche os olhos e imagine sua mãe diante de você. Respire fundo. Olhe para ela com o coração aberto e diga internamente:
“Mãe, você é a certa para mim. Eu te recebo como minha mãe, com tudo o que veio junto. A vida que veio de você é a única que tenho. E eu a honro, vivendo plenamente.”
Não importa se sua mãe está viva ou já partiu, próxima ou distante. A reconexão acontece no seu campo interno — e os frutos se manifestam na sua vida real.
Neste Dia das Mães, dê a si mesma o maior presente: reconecte-se com sua origem. Tomar a mãe é tomar a vida. E viver é o nosso maior ato de amor.
Autora: Karla Pinheiro
Psicanalista, terapeuta integrativa e criadora da metodologia Produtividade Neurossistêmica
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