Morando na ásia: minha experiência com sistema de saúde em Hong Kong
Uma das preocupações de quem vai morar fora do Brasil é saber como funciona o sistema de saúde do novo local de residência. Com a gente foi a mesma coisa. Pensando nisso, decidi compartilhar um pouco da minha experiência no uso do sistema de saúde em Hong Kong e aproveitei para pegar dicas com alguns amigos para, quem sabe, ajudar um pouco quem está chegando ou planeja vir para Hong Kong.
É importante dizer que esta é uma experiência pessoal e eu aconselho que você busque informações diretamente no governo, na empresa onde trabalha e até no seguro-saúde contratado pela sua família.
Imagem capa: scmp.com
Atendimento em hospital público em Hong Kong
Quando chegamos em Hong Kong e pegamos a Hong Kong ID, já é possível ir a um hospital público e usufruir do sistema de saúde por aproximadamente 100,00 HKD por atendimento. Por aqui não conseguimos comprar vários tipos de remédio, então, a maioria dos necessários, principalmente antibiótico, são fornecidos pelo hospital e já estão incluídos na taxa do atendimento.
O hospital público é muito bom para emergências. Certa vez precisei de um atendimento de urgência, Daniel (meu marido) ligou para uma ambulância e ela me levou para o pronto-atendimento em um local parecido com a UPA do Brasil. Ao identificarem que eu precisaria ser internada, me encaminharam para um grande hospital, Princess Margaret, onde tive toda a assistência durante os 6 dias que fiquei internada.
Fomos cobrados, por todo o período de internação, aproximadamente 16.000,00 HKD. Fizemos o pagamento e, pasmem, fomos reembolsados 100% do valor pelo governo.
Saiba mais: Princess Margaret Hospital
Consultas e exames de rotina
Não espere agilidade no atendimento para consultas e exames de rotina. Por aqui, a espera pode demorar “uma vida”, tipo dois ou três anos para serem agendados. Então, normalmente os estrangeiros ligados à aviação contratam um seguro-saúde americano chamado BayMac. Ele é bem caro, mas a cobertura é mundial e qualquer despesa com atendimento é reembolsada. Em alguns casos, a BayMac já deposita direto na conta do hospital.
Nós optamos por não contratar o BayMac, porque neste momento acreditamos que não é necessário para nossa família. Utilizamos um plano de saúde da empresa onde Daniel trabalha, que é um plano com coparticipação e aceito em alguns locais. Nos locais em que não aceitam este plano, nós fazemos o pagamento do valor cobrado, encaminhamos o recibo para a empresa e solicitamos o reembolso. A depender da especialidade, o reembolso chega a ser integral.
Saiba mais: conheça o BayMac
Por aqui não conseguimos marcar consultas direto com especialistas (por exemplo, otorrinolaringologista e outros), exceto para três especialidades (ginecologista, pediatra e oftalmologista).
Para consultas com todas as outras especialidades é preciso primeiro ser atendido por um clínico geral que vai analisar o caso e, se identificar a necessidade, vai fornecer uma carta de encaminhamento para o especialista.
Muitos brasileiros não gostam deste sistema de atendimento, pois foram acostumados com a facilidade de agendamento de consultas com especialistas usando o plano de saúde particular no Brasil. Mas, é assim que funciona, é preciso se adaptar.
Vacinação em Hong Kong
Não tenho experiência com vacinas de bebê em Hong Kong, mas pedi algumas informações à uma amiga a respeito do assunto e ela me deu umas dicas para compartilhar com você.
Aqui em Hong Kong há um calendário de vacinação mais ou menos como no Brasil, as vacinas deste calendário são gratuitas e normalmente fornecidas em um posto de saúde perto da sua residência (no caso de bebês). As que não estão no calendário precisam ser prescritas por um pediatra especializado em vacinas. Parece que alguns destes pediatras já aplicam as vacinas, outros encaminham para que seja recebida em um hospital.
Por aqui há vacinas que não temos no Brasil e vice-versa, por isso, normalmente as mães brasileiras optam pelas vacinas de Hong Kong e, quando visitam o Brasil, os filhos também recebem as vacinas que não existem em Hong Kong.
Como meus filhos já vieram pra Hong Kong maiorzinhos, eles não recebem as vacinas no posto de saúde; a partir de uma certa idade as crianças passam a receber as vacinas na escola. A escola envia um pedido de autorização para vacinar a criança e isso só é feito depois que os pais autorizam formalmente.
Leia também: escola em Hong Kong
Em geral, não tenho do que reclamar do sistema de saúde. Funciona muito bem pra minha família e estamos bem satisfeitos. O que não dá para ser feito no sistema público, nós optamos por pagar particular e depois pedir o reembolso.
Nas últimas duas viagens que fizemos para o Brasil optamos por ter alguns atendimentos por lá, especialmente para contar com a revisão/ check-up de médicos que já nos atendiam antes da nossa mudança de país.
As crianças também receberam vacinas particulares que não existem em Hong Kong, nem se quisermos pagar por elas.
Bem, por ora é isto. Espero que as informações sejam úteis para você e te ajudem na fase de planejamento ou mudança para Hong Kong.
Até mais!