Maternidade e autoestima: É possível ser mãe sem deixar de ser mulher?
Nos últimos anos tenho ressignificado conceitos de autoestima e feminilidade. É um tema tão relevante, tão importante que quero aproveitar o dia das mães e deixar um registro por aqui.
Sabe aquela frase: “ Nasce uma mãe, nasce uma culpa”? Ela infelizmente está gravada (com maior ou menor intensidade) em todas nós.
Lembro-me que quando minhas crianças nasceram, eu achava que tinha de dar conta de tudo. Não respeitei nem mesmo as dores do pós parto, achava que tinha de ser a mulher maravilha e mostrar para todos o quanto eu era forte.
Percebi depois de muito tempo, que eu impunha a mim uma cobrança e exigência que, além de fazer mal à minha família, fazia mal principalmente para mim. Quando a gente tenta ser perfeito, a chance de se frustrar é de 100% e a frustração leva a gente a perder a motivação e ir para o fundo do poço.
Só conseguimos cuidar dos outros se estivermos bem
Pode parecer um clichê, mas não é, só conseguimos cuidar dos outros se estivermos bem. Só vamos realmente amar alguém se nos amarmos. Sem essa atenção com nosso bem estar perdemos o controle do tempo, das coisas e criamos uma bola de neve que nos exaure.
Como comentei nos vídeos que gravei, para mim a chave para sair do caos que minha vida estava se tornando foi a organização.
Achei no meio da bagunça que era minha casa um caderno velho, uma caneta e listei o que eu não queria para minha vida e fiquei muito abalada em perceber que estava me tornando tudo aquilo que eu não queria ser.
Vou dar um exemplo: eu tinha colocado na minha lista que não queria continuar acima do peso (engordei mais de trinta quilos nas duas gestações) e me dei conta que enquanto eu escrevia a lista estava comendo um pacote de biscoito recheado.
Fiquei mais deprimida quando entendi que se eu estava me alimentando de uma forma tão automática e irresponsável, faria o mesmo em relação aos meus filhos. Percebi como a bola de neve se formava.
Como eu interrompi o círculo vicioso?
Costumo dizer que a Internet é uma ferramenta poderosíssima. Acho uma ignorância deixarmos de usufruir da tecnologia por medo. Então comecei a buscar informações para tentar entender todos esses processos.
Lembro-me bem que nem sabia direito o que pesquisar. Comecei com “otimização do tempo”, “rotina doméstica”.
Veio um turbilhão de informações. Li tudo, colocava as crianças para dormir e começava a ler madrugada afora. Como qualquer assunto na Internet, tem muita coisa boa e muita coisa ruim.
Naquela época, eu não tinha empregada doméstica, a proposta que mais me identifiquei e me ajudou foi o método da Flylady. Este é um método norte americano que me ensinou que se eu quiser sair do caos primeiro eu tenho de cuidar de mim mesma.
Para saber mais, acesse o site http://www.flylady.net/
A página é em inglês, se você quiser acessar em português acesse esse blog que é uma espécie de tradução do site original https://flyrobrasileira.blogspot.com/
Mudar hábitos não é facil…
Se construir um hábito já não é fácil, desconstruir um mau hábito e reconstruir alguma coisa é mais difícil ainda. Por isso, para mim funciona muito bem ter um planner, uma agenda e minhas famosas listas.
Quero indicar dois livros que me ajudam muito na construção e manutenção de hábitos e rotinas. O primeiro, é “O poder do hábito” e o segundo livro é “O milagre da manhã“.
Leia também:
Amizade entre irmãos: uma construção possível?
Mas, o que organização e novos hábitos tem a ver com autocuidado e maternidade?
Se você já leu até aqui, deve estar se perguntando o que uma coisa tem a ver com a outra. Na verdade, tem tudo a ver.
Quando você se torna mãe, se torna responsável por outro ser, e no início não é nada fácil.
Se você não tiver organização para gerenciar a sua vida, como vai conseguir gerenciar a vida de outras pessoas? (Lembre-se, é a sua vida, tem a vida dos filhos e se você for casada, a do marido também).
A Flylady propõe 31 babysteps (pequenos passos) para quem está começando o método. E tudo começa com você ao acordar, tirar o pijama e se preparar para o dia.
Comece pelas pequenas coisas…
Separe um dia antes a roupa que você vai usar no outro dia. Não importa se você ficará em casa, vai somente no mercado ou vai se reunir com o Santíssimo Papa. Se vista, se cuide, por você.
Pense um dia antes o que vai fazer de café da manhã, almoço e jantar. Faça uma lista de mercado. Coloque seu relógio para despertar, use todos os recursos tecnológicos que tem ao seu favor. Pense na sua casa como uma empresa e você a gestora desta empresa.
Estabeleça metas (possíveis!)
Eu, particularmente, sou uma pessoa que funciona muito bem sob pressão. Quanto mais desafios e mais apertada está a agenda, melhor eu rendo.
Descubra como você funciona, mas entenda, procrastinar não é um modo de funcionar e vai resolver seus problemas.Tudo o que é urgente é aquilo que não foi feito na hora certa, é o que foi deixado para depois.
Estabeleça metas para você, curto, médio e longo prazo. Conseguir alcançar as pequenas metas vai te motivar a alcançar as metas mais ousadas.
Dê o seu 100% em tudo
Dar o seu 100%, o seu melhor no que você se propôs a fazer é muito diferente de querer ser perfeito.
Está arrumando a cozinha? Concentre-se na cozinha, faça um checklist do que você vai arrumar naquele dia. Estabeleça um prazo para começar e terminar a arrumação. E não tente organizar 30 anos de caos em 24 horas. É impossível, desgastante e frustrante.
Quando terminar, celebre sua conquista e faça algo que lhe dê prazer e seja saudável. Tome um café, um chá, faça uma máscara facial, leia uma página de um livro… O que você quiser, mas comemore e celebre todos os pequenos passos que der em direção a uma vida mais organizada e feliz.
Sinto que não terminei esse assunto por aqui. Fiquem ligados que em breve compartilharei mais das minhas experiências e reflexões.
Um beijo e se cuidem!
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